quinta-feira, 30 de abril de 2009

Trabalho


Véspera de um merecido descanso para comemorar o Dia do Trabalho. Me lembro agora de uma gostosa canção do Paralamas do Sucesso -"Capitão de Indústria", que diz: "Eu acordo pra trabalhar, eu durmo pra trabalhar, eu corro pra trabalhar...".
Feliz de quem pode comemorar o 1º de Maio não só porque tem um trabalho, mas porque trabalha no que gosta, ama o que faz, se realiza a cada dia, a cada despertador que toca chamando para a labuta.
Agradeço a Deus todos os dias por ter um trabalho que me preenche tanto a alma.
Feliz Dia do Trabalho para você que também já se encontrou ou que ainda está procurando.
E bom merecido descanso!

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Medo

Como uma palavra tão pequena pode tomar tanto espaço na vida de algumas pessoas?
Medo de amar, medo de errar, medo de sofrer e crescer. Medo de ficar sozinho, medo de ficar junto, medo de ter medo.
Que bom que existe uma palavra maior: CORAGEM. Em letras garrafais, então, parece ainda maior que o medo. É isso aí. Como sabiamente dizia Guimarães Rosa, "o que a vida quer da gente é coragem".

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Livro de Cabeceira

Estou lendo "Comer, Rezar, Amar", da norte-americana Elizabeth Gilbert. O livro é uma delícia, e logo no começo traz uma parte emocionante: quando a autora (protagonista de sua própria história) resolve fazer um "abaixo-assinado" pra Deus, implorando que tudo ficasse bem em relação ao seu divórcio (o marido não queria assinar de jeito nenhum...).
E aí, arrumando umas gavetas, encontrei uma prece-poema que escrevi há quatro anos atrás. Independente do credo ou religião, acho que é sempre muito confortante conversar com Deus - seja qual for o seu Deus. Que bom que a gente pode contar com essa grande escuta principalmente quando a conversa gira em torno de temas tão universais e atemporais - como medo, tristeza, desalento, solidão.
Espero que você não precise. Mas como a vida não é perfeita, e às vezes dói muito, que pelo menos a gente não fique sem fala quando há muito a dizer. Taí o meu "Pai Nosso" singelamente reinventado, com todo o respeito.
"Pai Nosso que estais no céu", olhai por mim. Cuida dos meus medos para que eles não se transformem em temores, abismos, terrores sem fim. Acende a sua luz, encontra o seu olhar protetor nos meus olhos cheios de dor. Clareia o escuro, faz-se ponte em meu caminho. Transforma o choro, a falta de compreensão em sinal de entendimento. Leva embora o que não é meu. Tira de mim o que eu não pedi pra viver. Toma conta de mim, seca essas lágrimas que embaçam os olhos, me envolve no seu manto de energia purificadora e divina. Faz do desencontro encontro. Do grito palavras de amor. "Perdoai as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido". Amém.

sábado, 25 de abril de 2009

"Homem Diet".

Tive uma agradável manhã de sábado assistindo a uma palestra promovida pelo Grupo de Estudos Psicanalíticos de Minas Gerais, sobre a Obesidade. Entre os excelentes palestrantes presentes estava o médico, professor e amigo João Gabriel Marques da Fonseca. Interessante sua fala sobre um paradoxo que vivemos nesta era do "Homem Diet": "a sociedade cria a obesidade e depois a rejeita."

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Bom apetite!

Nunca fui uma cozinheira de mão cheia. Me falta tempo, técnica, desenvoltura na cozinha.
Mas sempre apreciei uma alimentação saborosa e saudável, e não troco a hora do almoço por nada.
Para simplificar o dia-a-dia da minha empregada e sair um pouco do "arroz com feijão", criei uma sugestão de cardápio semanal bem variado, focado no prato principal. Confesso que me dá preguiça e um certo desgosto ouvir a cozinheira perguntar, bem na hora em que eu estou saindo de casa atrasada: "O que que é pra fazer de almoço?"
E é aí que entra o cardápio, para evitar possíveis conflitos domésticos. (Sim, porque mesmo que ela não seja de forno e fogão, eu não sei viver sem ela... Tenho comigo que uma boa empregada é 50% de um casamento. E quando o casamento inclui filhos, então, a estatística sobe pra 90%...)
Se você também não é nenhuma Ana Maria Braga mas aprecia pitadas de organização e criatividade no seu dia-a-dia, sirva-se à vontade!

2ª - Frango grelhado c/ legumes.
3ª - Fricassê de frango c/ batata palha.
4ª - Strogonofe.
5ª- Bife acebolado c/ farofa de ovo e cenoura.
6ª - Frango assado c/ creme de milho.

2ª - Galinhada.
3ª - Purê de frango c/ frango desfiado ou carne moída.
4ª - Bacalhau c/ creme de leite e leite de coco.
5ª - Bife de frango à milanesa + brócolis na manteiga.
6ª - Enroladinho de frango c/ presunto + mandioca frita.

2ª - Bife acebolado c/ fritas e farofa de bacon.
3ª - Frango assado c/ molho de maracujá.
4ª - Rocambole de frango.
5ª - Almôndega recheada c/ queijo + vagem na manteiga.
6ª - Bife de frango grelhado e mandioca cozida.

2ª - Peixe c/ legumes e purê de batata.
3ª - Frango c/ quiabo e angu.
4ª - Frango assado c/ molho de laranja.
5ª - Bife rolê.
6ª - Bife à parmegiana e couve-flor ao forno.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Pequenos momentos de grande felicidade


Há alguns anos, uma propaganda da Lacta chamou minha atenção. Uma criança de aproximadamente dois anos, só de fralda, se lambuzava de chocolate. Na parte superior do outdoor, a frase: "Pequenos momentos de grande felicidade".
Como chocólatra assumida que sou, reconheço que a identificação foi imediata. Como apreciadora das palavras e da emoção, parabenizo o redator da campanha pela maneira sensível e inteligente que encontrou para vender chocolate.
Até hoje levo essa frase comigo, e tenho um prazer especial em compartilhá-la com as pessoas de que gosto. Enquanto muitos procuram a felicidade como quem busca ganhar um Prêmio Nobel ou coisa grandiosamente parecida, a felicidade pode estar bem ali: num café com as amigas, no abraço de urso do filho, numa massagem relaxante, num domingo de chuva, num bom livro, naquela música que te faz voltar 20 anos no tempo e inclusive numa barra de chocolate.
Pequenos momentos de grande felicidade, é o que desejo a você.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Ganhei na loteria.

Foi assim que me senti ao assistir ao premiado "Quem quer ser um milionário?", vencedor de oito Oscars, inclusive o de melhor filme. Saí do cinema encantada com o roteiro, a fotografia, a trilha sonora e a atuação dos atores, principalmente os mirins.
Apesar de colocar o dinheiro como tema central, o filme mostra o incomensurável valor do amor, da lealdade, da justiça e da verdade.
Imperdível.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Sobre o amor

Tenho no meu consultório, enfeitando o alto da estante, quatro grandes potes de vidro contendo bolinhas coloridas, cada um com um rótulo: AMOR; ALEGRIA; PAZ; ESPERANÇA.
Resolvi falar hoje um pouco sobre esse primeiro pote, tão singular e ao mesmo tempo universal.
Mesmo escutando tanto sofrimento - separações, desavenças, traições - ainda prefiro acreditar no amor. Na força que ele tem para acontecer, transformar, crescer; no amor construído sob as diferenças (talvez este seja o verdadeiro amor: aquele em que se consegue compreender e amar as diferenças...)
O amor também fecha o tempo, zanga a alma, faz chorar de doer. Desencontros fazem parte do caminho. Mas o amor precisa de sabedoria até para desencontrar. O problema não está em discutir, brigar. O problema é por que uma briga começa e como é que ela termina. Ações geram reações muitas vezes maiores que as ações. E aí o que era para ser leve fica pesado, o pequeno fica grande e a decepção, desproporcional.
Algumas palavras, dependendo da forma como são ditas, fazem o amor se sentir pequeno, feio, mau, contrariando toda uma história de amor. O amor pede liberdade e espontaneidade para respirar. Pede compreensão, juntidade, sintonia: duas pessoas jogando no mesmo time, e não se atracando como adversários.
O amor pressupõe aprendizado: aprender a brigar sem ferir o amor; aprender a enxugar o chão quando a tempestade faz o copo entornar.
Dá trabalho, mas dá para encher o pote de amor.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Irritação

O que te irrita? Trânsito parado? Vendedor de "pamonha, pamonha pamonha" sábado de manhã? Alarme disparado? Toalha molhada na cama? Gente lenta, prolixa ou que come de boca aberta?
O mundo está ficando muito irritado.
Por todos os poros, ruas e esquinas há alguém perdendo a paciência por aí. Mulheres e homens no auge da TPM, hormônios à flor da pele, grunhindo diante do menor estímulo (ou maior, depende do ponto de vista).
Não vou fazer aqui apologia aos monges budistas, nem sair entoando mantras sagrados, mas acho que cada um tem - se quiser - o poder de não se deixar contaminar pela irritação. Sim, porque ela passa de um pro outro rapidamente, e polui o ar.
Mas acho que o pior é o mal-estar que fica para quem se irritou. Cada vez que você tem uma explosão de irritação, é como se destilasse um veneno, uma fumaça que intoxica você mesmo, em primeiro lugar.
É claro que somos fihos de Deus, de carne e osso, e faz parte da vida ficar irritado também. Mas acredito que não seja impossível, sempre que possível, contar até 20, sair de cena ou cantarolar sua música favorita naquelas horas não tão agradáveis e serenas do dia... Experimente.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Quarto arrumado.

Todo dia era a mesma coisa: “Léo, seu quarto tá uma bagunça!” “Guarda o tênis no armário, coloca os brinquedos no lugar!”
Até que veio a luz (viva a vovó Clara!): premiar o meu filho de 6 anos por suas “iniciativas organizativas”: cada brinquedo no lugar, cada sapato guardado no armário vale ponto.
Para ficar bem motivante e concreto, transformei os pontos em fichinhas de plástico que ele passou a guardar cuidadosamente na carteira.
No final de semana, monto na sala lá de casa uma “lojinha” com carrinho da Hot Hills,chips, figurinhas, gibis, massinha, livros, jogo da memória e lá vai o Léo às compras, feliz da vida.
Sei que lembra muito a história do ratinho da psicologia comportamental, mas tem funcionado.
Uma boa pedida pra mãe e filho não ficarem como cão e gato.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Pais com déficit de atenção e hiperatividade.

É isso mesmo o que você leu. Hoje fala-se muito em crianças hiperativas e com déficit de atenção, mas a rotina intensa dos pais nos leva a refletir sobre uma falta que tem afetado muito a vida dos pequenos: falta de tempo, falta de brincadeiras, falta de atenção.
Que os pais precisam trabalhar, não há dúvida. Precisam por uma questão de necessidade e, na maioria dos casos que eu conheço, também por realização, por gostar do que fazem.
Mas, como dizia Carlos Drummond de Andrade, "a vida necessita de pausas". Experimente você - pai, mãe - fazer ao seu filho aquela pergunta que é ele quem sempre faz a você: "Vamos brincar?"
Experimente rolar no chão, fazer castelos de lego, pintar cachos de uva, contar histórias de assombração.
Brincar com os filhos é dizer eu te amo. É descansar depois de um dia de trabalho estafante. É descobrir a criança escondida em você. Sem brincadeira.

domingo, 12 de abril de 2009

Esterilidade psíquica

Tenho ouvido algumas mulheres obcecadas pela idéia de engravidar, sem infelizmente conseguir. Eu mesma vivi essa dolorosa experiência quando quis ter um segundo bebê. Foram quase dois anos de espera, nove Beta HCG negativos e a fala da minha médica querendo me tranquilizar: "Calma, Renata!... Você já ouviu falar em inseminação artificial?"
Chorei uma manhã inteira e fui parar na Origen, clínica de fertilidade do competente e renomado Selmo Geber.
Saí de lá aliviada ao saber que não havia problema algum comigo. Mas apesar do alívio, veio o cansaço, a vontade de "trocar o disco".
Resolvi dar um tempo e adiar o projeto do segundo filho, substituindo-o pelo mestrado.
Engravidei no mês seguinte.

Nota zero

É com tristeza e indignação que tenho visto uma situação comum nas salas de aula: alunos apresentando trabalhos (de monografia, inclusive) que foram copiados da internet, acessados no site "Zé Moleza" ou comprados por "profissionais" que descobriram neste filão um ótimo ganha-pão.
Complexa e complicada, esta situação me leva a pensar no profissional que está se formando (ou fazendo de conta que está...).
Plágio acadêmico é crime de roubo intelectual e falsidade ideológica. O MEC determina que casos assim sejam encaminhados para a delegacia, e feito um boletim de ocorrência.
O professor dá zero. A delegacia dá o B.O. O mercado de trabalho provavelmente não dará trabalho. (...)

Pausa sagrada

Sexta-feira da Paixão e eu apaixonada por cada cantinho da idílica Fazenda Santa Marina. Eu e o Dé, sem as crianças (abençoada seja a vovó Clara, no seu corujíssimo posto de vó), desfrutando de uma pausa sagrada: o tempo do casal. Esse casal que veio antes dos filhos, da rotina intensa de trabalho e das contas a pagar.
Quem já teve essa experiência vai concordar comigo: o quanto é necessário e vital preservar a identidade do casal, até mesmo para que os filhos reconheçam - e admirem - o amor dos pais.
Ao contrário do que muitos dizem - e vivem -, casamento não precisa ser um decreto do fim do namoro, e a paixão não precisa nomear apenas um feriado santo.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Ginástica.

Começo a semana na hidroginástica, pulando no jump ao som de Fernanda Takai. Endorfina pura. 45 minutos na água, cuidando exclusivamente de mim. Nada mais terapêutico que sentir a água, o sol e cada músculo do meu corpo em movimento. Fim da hidro. Começo da ginástica: dar aulas na Faculdade, levar o Léo pra escola, cortar a unha da Bella, responder aos 59 e-mails, fazer a lista de supermercado, correr pro mestrado, buscar os exames do Dé, chamar o bombeiro porque a torneira não pára de pingar, renovar o seguro do carro. No meio dessa maratona, encontro momentos de paz e intensa alegria quando me assento na minha berger azul no consultório, e me coloco a escutar o que vem do coração: dores, amores, conflitos, sonhos, planos, incertezas. Aqui eu me encontro.

Dedo no nariz.

Vários casais entram em crise sem perceber. Com o dedo em riste, apontam incisivamente para o outro e partem pro ataque: “Você é isso!” “Você é aquilo!” Não percebem a diferença, a sutil diferença que é voltar o dedo para si mesmo, na direção do peito, e dizer: “Eu me sinto mal quando você faz isso.” “Eu me sinto triste quando você faz aquilo.” A direção do dedo muda tudo.
A mudança do pronome faz sentido e diferença.

Tempo fechado.

Dia lindo. Céu de brigadeiro. De repente bate uma rajada de vento e joga a casa pro ar.
Algum dia você já se sentiu assim, como a pequena Doroty do Mágico de Oz?
E se você conseguisse falar com o Mágico, o que ia pedir?
Eu ia querer a casa de volta, com tudo no lugar.