segunda-feira, 29 de junho de 2009

"São tantas as emoções"

Ontem dei uma palestra para um grupo de jovens da Igreja São João Evangelista, sobre o tema "Emoções, Sentimentos e Afetividade". Em determinado momento, perguntei a cada um dos participantes "Qual foi a maior emoção da sua vida."
A maioria falou (e chorou) sobre a perda de um ente querido.
É. Por mais que a morte seja algo dolorosamente certo, arranca pedaço da gente. Embaça a vista. Faz doer a alma.
Paradoxalmente, o nascimento de um filho surgiu em segundo lugar como a maior emoção já vivida. (Eu me encaixo aqui.)
E muitos disseram que a maior emoção da sua vida ainda está por vir.
E você? Qual foi (ou ainda será, de acordo com o que você sonha) a maior emoção da sua vida?

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Ansiedade

Pra comer. Pra beber. Pra ir. Pra chegar. Pra ligar. Pra falar.
A ansiedade produtiva move a gente. A improdutiva acelera, embola, atropela.
Respire fundo. Conte até dez. Experimente trocar ansiedade por serenidade.
Você está na idade.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Rouquidão

Para quem acredita em leitura corporal, anota aí: "voz rouca é vontade de namorar." (...)
É, o amor deixa mesmo a gente sem voz.

Dica da hora

Em tempos de gripe suína, aviária e humana, aí vai uma dica que funcionou muito comigo: chá de hortelã (com folhas fresquinhas, é claro) para descongestionar até a alma, e chá de hortelã com gengibre para dar aquela aliviada na garganta. Deixe ferver por alguns minutos, escolha a xícara mais bonita e aproveite o friozinho debaixo das cobertas!...

terça-feira, 23 de junho de 2009

Saudade

"Dentro de cada pessoa tem um cantinho escondido... Decorado de saudade...."
Deliciosa essa música da Marisa Monte. E verdadeira também.
Se você olhar pra dentro de você, também vai encontrar um cantinho escondido. Ou escancarado, talvez. Quem sabe arejado? Florido? Já sei: um cantinho trancado a sete chaves...
Eu tenho um cantinho iluminado. Saudade de vó, sabe o que é isso? Vó que rima com xodó e pão-de-ló. Vó que é mãe com açúcar, abraço de urso, amor pra toda vida.
Quando ela morreu, eu tinha só quatro anos. Mas nossa ligação foi tão forte que eu fui crescendo lembrando de tudo, nos mínimos detalhes: o chinelo azul que eu insistia em calçar quando ia dormir na casa dela; os alegres passeios no Fusca azul (eu deitada lá atrás, no "buraco", me divertindo com o formato das nuvens); o pirulito de açúcar alaranjado do Mercado Distrital; o chocolate Alpino que eu ia lambuzando sem pressa...
Não, vó, você não morreu. Está mais viva do que nunca nas minhas lembranças, nas minhas andanças, no nome da sua bisneta, na minha genética, iluminando o meu cantinho "decorado de saudade"...

"Mini-monstrinha"

O Léo é louco pela Bella. Abraça, pega no colo, cuida, protege, quer fazer tudo com ela. Mas ontem, enquanto ele foi ao banheiro, a espuletinha jogou pelos ares o tabuleiro do seu jogo Lince com todas aquelas centenas de pecinhas coloridas.
Sem perder a "classe", muito calmo por sinal, chega o Léo com a pergunta que não quer calar: "O que é que a mini-coisinha, etezinha, monstrinha fez?"
Metade de mim era vontade de rir. A outra metade deve ter demonstrado, de leve, uma "mini-repreensão" aos "carinhosos" apelidos que ele acabara de pôr na irmã. Ao que ele respondeu com uma perspicácia gigante: "Modo de dizer, mãe!...".

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Último suspiro

Sabe aqueles filmes que tocam fundo na alma da gente? Foi assim que "A Partida" me tocou. Singular, emocionante, imperdível. Não é à toa que ganhou o Oscar de melhor filme estrangeiro.
Resumindo a ópera: um violoncelista se vê desempregado quando a orquestra em que atua é dissolvida, e acaba encontrando uma nova e insólita profissão: "acondicionador" de corpos em caixões, o que também envolve a árdua tarefa de lavar, maquiar e vestir aquele(a) que morreu.
Você deve estar torcendo o nariz, se perguntando porque eu falaria de algo tão repugnante e prosaico aqui, neste blog que é um convite à vida. Porque - apesar de quase ninguém pensar nisso, existe uma profissão assim: sem nome nem diploma, mas cheia de valor, tornando mais suave e até mais bonito o doloroso momento da morte, a impactante despedida de alguém que está partindo.
Muna-se de pipoca e caixas de lenço e prepare-se para apreciar um filme belíssimo. A morte nos convidando a pensar na vida - e por consequência na família, nas nossas escolhas, nos sentimentos e ressentimentos cultivados, no amor pelo outro e pela profissão.
Bravo!

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Aos alunos, com carinho - Parte 2.

Evitando maiores crises de ciúmes, publico aqui também o meu carinho e orgulho pelos alunos do 4º período, igualmente cheios de empenho e boas idéias.
Vocês vão longe!

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Aos alunos, com carinho.

Acabo de sair do auditório da faculdade, onde meus alunos do 5º período apresentaram o trabalho final: campanhas publicitárias para clientes reais como Melissa, Aymoré, Adidas, Seda e Estrela.
Dá um orgulho danado ver estes meninos virando gente grande, ensaiando seus primeiros passos, descobrindo o talento que existe dentro de cada um.
O mercado não perde por esperar.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Você "se morde de ciúmes"?

No último sábado dei uma entrevista no MGTV para falar de um assunto "cabeludo", mas que anda arrancando o cabelo de muita gente: ciúmes.
Falei sobre o ciúmes saudável (aquele temperinho que faz parte, mas não pode virar "pimenta"...) Falei do ciúmes como sinalizador do amor - aquele que surge quando a relação está bem "arroz com feijão", exatamente para mostrar que o amor ainda existe... Falei do ciúmes entre irmãos (Caim e Abel que o digam), entre mãe e filha, patroa e babá...
Quando saí do estúdio, ainda comentando o assunto com a produtora do programa, atentei para um outro tipo de ciúmes muito em voga na atualidade: o ciúmes eletrônico. É. Agora, ao invés de cheirar a camisa do marido e procurar marcas de batom, as mulheres rastreiam o celular, invadem caixas de e-mails, fuçam orkuts e a confusão está feita. E olha que este comportamento não é exclusivo do sexo feminino.
Quem é que nunca cantou o consagrado refrão do Ultraje a Rigor: "Mas eu me mordo de ciúmes..."
 Só que morder dói. Machuca. Sangra. E pode até arrancar pedaço.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Depressão

Não é à toa que depressão termina com ÃO - palavra no aumentativo, grande o suficiente para aumentar a dor, a tristeza, a vontade de não levantar da cama.
Se você colocar um N na frente do ÃO, vira NÃO: não ao riso, não ao amor, não ao trabalho, não aos amigos, não à vida.
A boa notícia é que além do não tem o SIM: sim ao sol, à rua, à cura e à transformação. Sim senhor.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Namorados

Para os que estão pegando. Para os que estão apegando. Para os que estão amando apesar de tudo. Para os que estão se reencontrando. Para os que estão comprando, comprando, comprando. Para os que estão se declarando. Para os que estão buscando. Para os que estão se apaixonando.
Feliz Dia dos Namorados do seu jeito. Porque como já dizia Caetano, "Qualquer maneira de amor vale a pena. Qualquer maneira de amor vale amar."

Pegou geral

De uma querida sobrinha minha de 15 anos: "Pegar pode. Não pode é apegar."

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Terapêutico

Supermercado.
Escaldapé.
Massagem.
Cinema com pipoca.
Conhecer novas paisagens.
Dormir depois do almoço.
Chocolate quente.
Gavetas arrumadas, cada coisa no seu lugar.
O que é terapêutico para você?

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Solidão

Este sábado tive o prazer de assistir à peça "A alma imoral", adaptada do livro de Nilton Bonder pela talentosa e premiada atriz Clarice Niskier.
A peça é um presente, tanto pelo conteúdo quanto pela forma. Em um instigante monólogo, a atriz se desnuda e se cobre ao refletir sobre o bom e o correto, o apego e o desapego, a traição e a fidelidade. Inusitadamente, abre espaço para que a platéia peça que ela repita alguns trechos de sua fala.
Reproduzo aqui, com as minhas palavras, um de seus pensamentos mais marcantes: "A pior solidão é aquela em que o sujeito não consegue estar consigo mesmo."
(...)
Tenho ouvido muito acerca desta solidão, de todas a mais torturante e avassaladora. Se não há alguém, não se é ninguém. É ficar sem chão, sem rumo, sem tudo. Angústia visceral que cria um buraco enorme na alma.
E você?
Como fica quando está SÓ com VOCÊ?

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Silêncio Ensurdecedor

A convite do meu amigo Bê Sant´Anna (professor, publicitário, locutor e blogueiro, apaixonado pelas palavras faladas e escritas), abro aqui um espaço para falar do silêncio. Não do silêncio generosamente propiciado pela ioga, alunos interessados ou ruas vazias, mas o silêncio constrangedor - aquele que incomoda, agride, embaraça, machuca.
Talvez você já tenha passado por alguma destas situações:
( ) Descer 15 andares de elevador na maior falta de graça, tendo que quebrar o gelo com o velho : "Está frio, né?"
( ) Sofrer com o(a) namorado(a) (leia-se também marido, esposa) emburrado(a), com uma "tromba" de todo o tamanho.
( ) Mandar um e-mail e não receber a tão esperada resposta.
( ) Ficar olhando pro terapeuta sem ter absolutamente nada para dizer.
Num mundo tão acostumado a falar, falar, falar, o silêncio soa às vezes como um indesejável penetra de festa. Inconveniente, incômodo, embaraçoso, constrange-DOR.
Grandissíssimo paradoxo este: o silêncio fala alto, grita, faz um barulho danado.
Faz parte.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Bons tempos

Tempo seco. Junto com esse friozinho delicioso vêm as viroses, bactérias, peitos cheios, otites, rinites, sinusites.
A gente que é "velho de guerra" acaba dando um jeito: toma um antigripal, enche a bolsa de lenço, entra no mel, se enche de chá e seja o que Deus quiser.
Mas com criança é diferente. Principalmente criança neném, que ainda não fala, não sabe soar o nariz e acaba engolindo a tosse, levando mais bactéria pra dentro.
Aí o que a gente faz? Liga pro pediatra. Não tem horário. Agenda lotada. Deixa recado.
Quando a criança já piorou o que podia e além do peito cheio fica com estômago vazio depois de vomitar tudo o que comeu, você vai parar no pronto-atendimento de um hospital, que de pronto não tem nada. Espera algumas horas na fila enquanto o seu pimpolho troca brinquedos, biscoitos e bactérias com outras 49 crianças doentes.
Bons tempos aqueles em que o Doutor ia de casa em casa, tocando a campainha e sentindo já da porta o cheirinho de café, maleta na mão e muita disposição.
Bons tempos...

terça-feira, 2 de junho de 2009

Cachaça

Dá trabalho. Dá suor. Dá pano pra manga.
Dou o sangue. Dou a voz. Dou presença.
Dar aula é uma cachaça que eu tenho a alegria de beber.

Roda gigante

Sábado à noite fui com o Léo ao Parque Guanabara, onde foi comemorado o aniversário do filho de uma grande amiga. Lá pelas tantas, quando o parque já ia fechar, ele queria porque queria dar uma voltinha na roda gigante.
Já tínhamos nos divertido a valer no Minhocão, Trem-Fantasma, Bate-Bate, etc, e tive que dizer:
"-Mas filho, o parque já está fechando... Imagine se ele fechar quando a gente estiver lá no alto da roda gigante, nesse frio... Já pensou se a gente tiver que dormir lá?"
"-Ah, mãe, aí a gente não ia ter que escovar dente!..."