É, você conhece bem esse negócio chamado tristeza.
Já quis não sair do quarto muitas vezes. Já deixou de comer. Comeu uma barra inteira de chocolate. Quis dormir para fugir. Quis acordar só daqui a cem anos.
Bem-vindo à vida, meu(minha) caro(a). Tristeza é antônimo de alegria. E de vez em quando aparece sem avisar, entra sem pedir licença, arromba a porta.
E aí o que você faz? Além de ficar triste pelos motivos que tem, fica triste pelo simples (ou complicado) fato de estar triste. E aí vira dupla melancolia. Você fica triste porque está triste.
Já parou para pensar que você pode, sim, ficar triste de vez em quando? Que pode ter motivos pra isso? Que faz parte da vida? Que a vida, inclusive, não é um mar de rosas nem propaganda de margarina?
Sábia era a minha bisavó que costumava dizer: "Bom dia, tristeza". O que quer dizer mais ou menos o seguinte: olhe para a sua tristeza. Não finja que ela não existe. Antes que ela arrombe a porta, atenda a campainha e diga-lhe para entrar. Sirva um cafezinho. E não se assuste se ela for logo embora, dar espaço pra alegria entrar.