terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

"Não se afobe não"

"Agora." "Rápido." "Pra antes de ontem cedo." "Now." "É pra já."
Os publicitários conhecem estas frases tintim por tintim. Sabem bem o que é varar a noite, engolir sanduíche no horário do almoço, cochilar de madrugada no sofazinho preto da recepção.
Mas não é só publicitário que é expert no assunto. Você, diante desse computador, consegue tudo o que quiser num clique. Basta acessar o google e o mundo está nas suas mãos. Bula de remédio, pizza delivery, flores para a mulher amada, dietas do sol e da lua, as últimas pesquisas da NASA, blog da Renata Feldman. Simples assim: digita, deleta, clica, desliga.
O mundo está ficando cada vez mais rápido, acelerado, imediatista.
Mas cuidado, caro ser humano de carne e osso,  com um coração batendo aí no peito. Nem tudo é pra antes de ontem cedo. Seus desejos, suas culpas, seus sonhos e pulgas atrás da orelha, tudo isso tem um tempo próprio de acontecer ou se desfazer. A vida é feita de processos, muitas vezes lentos e silenciosos.
Para aplacar sua angústia, liga o Chico Buarque naquela música linda da qual eu só me recordo a estrofe: "Não se afobe não, que nada é pra já... O amor não tem pressa, ele pode esperar em silêncio num fundo de armário, na posta-restante milênios, milênios no ar."

13 comentários:

  1. Ha! que lindo!!!
    Lembro-me não sei ao certo quando, você comentando sobre a música do Chico dentro da sala de aula e pra gente não se afoba...
    É a mais pura verdade. Tudo acontece no tempos certo.

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  2. É isso, Michelly. Afobação não combina com criação. (Apesar de fazer parte...)
    Beijos carinhosos!

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  3. Oi Renata, muito legal o texto. Como meu primeiro dia do Publicitário como formado eu agradeço em nome de todos... Obrigado!

    Abraço,
    Nélio Gonçalves

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  4. Acredita que cai na pegadinha?
    Fui no google e tá lá.
    A música chama Futuros amantes.
    E além da sua estrofe, a letra é assim:

    FUTUROS AMANTES Chico Buarque (Brazil) - 1994

    Não se afobe, não
    Que nada é pra já
    O amor não tem pressa
    Ele pode esperar em silêncio
    Num fundo de armário
    Na posta-restante
    Milênios, milênios
    No ar

    E quem sabe, então
    O Rio será
    Alguma cidade submersa
    Os escafandristas virão
    Explorar sua casa
    Seu quarto, suas coisas
    Sua alma, desvãos

    Sábios em vão
    Tentarão decifrar
    O eco de antigas palavras
    Fragmentos de cartas, poemas
    Mentiras, retratos
    Vestígios de estranha civilização

    Não se afobe, não
    Que nada é pra já
    Amores serão sempre amáveis
    Futuros amantes, quiçá
    Se amarão sem saber
    Com o amor que eu um dia
    Deixei pra você

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  5. Parabéns, Nélio! Que a sua caminhada seja de muito sucesso e, se der, um pouco menos de afobação!
    Abraço!

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  6. Num é linda, PC? Se o Chico não existisse eu ia ter que inventar.
    Abraço grande!

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  7. ai... como eu amo essa música, e como preciso dessa calma...

    lindo texto...

    beijoca carinhosa

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  8. Que ela sirva de inspiração para você todos os dias da sua vida, Solange! Beijos

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  9. Oi Renata!
    Antes de tudo, adorei te conhecer. Só confirmou o que eu já imaginava! rss..

    Eu trabalho numa agência e posso afirmar que, como designer gráfico, também sei o que é varar a noite para terminar aquele projeto que o cliente aprovou aos 45 do segundo tempo.

    Acho que todos nós precisamos de um escape, né? Inclusive já ouvi a música!

    Agora, deixa eu correr pois eu tenho um monte de coisa pra entregar! rsss..

    Abraços,
    Alan

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  10. Adorei.
    Depois do slow food, meu sonho agora é slow life. Devagarzinho, a gente consegue.
    Como dizem por aí, o que se leva dessa vida é a vida que a gente leva... beijos

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  11. Corre, Alan, corre! Mas "não se afobe não"! Reserva um tempinho do seu dia pra comer bolo de chocolate!
    Abração!

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